quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Amor fast-food


   Vivemos já, há um bom tempo, em uma cultura de consumo rápido. Compramos uma tecnologia que já estará ultrapassada em questão de meses, comemos comidas rápidas para não perdemos tempo preparando-a, e usamos roupas que sabemos que na próxima estação já estarão fora de moda.
  Mas e as relações interpessoais, também entraram nessa moda de consumo rápido?
Com certeza, infelizmente, creio que todos que lêem isso já devem ter passado por uma experiência de amor efêmero, seja em uma balada, ou no simplesmente ficar com um tempo simplesmente por ficar. Mas porque será que o homem do século XXI esta fugindo tanto de coisas duradouras?
   A resposta é simples! O homem do século XXI só quer ser aceito. Numa sociedade na qual todos podem ter acesso rápido a bens de consumo e subir na vida, o homem precisa recorrer a um instinto primata, precisa mostrar para o outro que é superior e deve ser selecionado, pois possui bens. As pessoas recorrem desesperadamente a roupas de marca, carros super caros, para que o outro o veja como superior.

  Na natureza isso também acontece, o pavão usa de suas penas para conquistar a fêmea, e essa escolhe o macho que tiver as penas mais brilhosas e espetaculares, pois isso é sinal de saúde e fertilidade!
  
Entretanto, o homem substituiu parcialmente o culto ao corpo para mostrar sinal de superioridade para o culto ao dinheiro... Será essa uma evolução para melhor ou para pior?
   Esse mundo de fluidez também gerou relações de instabilidade. O ser humano se sente ameaçado, com medo de ser substituído, rejeitado, e assim como um instinto de sobrevivência tenta se proteger usando o artifício de se envolver o menos possível. Esse é o amor de balada, fica-se com várias pessoas no mesmo dia, existe um prazer sexual, mas o homem está vazio de sentimentos. Na balada existe uma relação intensa, pode rolar beijos, sexo, trocas de carinho intensas, mas no final a pessoa está sozinha novamente refém do medo que não a deixa evoluir.
   Nessa cultura de fast-love, não existe mais tempo para comer, muito menos tempo para cultivo e semeadura do amor. Mas o ser humano no fundo quer se sentir amado, desejado e não se sentir descartável. Mas será que não é o próprio homem que faz isso consigo mesmo?!


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